2007-06-29

Go Skateboarding Day - Carlos Santos



Lembro-me de quando comecei a visitar o skatepark de Ovar, e nos vários eventos de skate na região, havia um fotografo constantemente presente, e que era o ovarense Carlos Santos. Durante esse tempo tornei-me amigo do Carlos, com o qual, mais que a fotografia, o skate é a maior ligação.

O Carlos tem estado muito activo na revitalização do parque de Ovar, e em conjunto com a organização do "Go Skateboarding Day" de Ovar, ele produziu uma exposição fotográfica, com alguns dos melhores e mais importantes momentos da vida do skatepark, que conta com imagens de importantes skaters do panorama nacional e internacional. É um registo importante do espaço e da cidade.

A exposição está presente no café/bar paralelo 38, e presente até ao dia 19 de Julho.

Through my eyes

Cartaz para a net

O meu colega José Carlos Nero abre uma nova expo, em Sesimbra, dia 7 de Julho, no Espaço Atlântico de Sesimbra. A exposição conta com cerca de 30 imagens dos últimos 4 anos e estará em amosta até ao dia 22 de Julho.

Segue uma pequena entrevista que efectuei ao Nero para este post:

"O que tem sido para ti a fotografia, nestes quatro anos?"

JCNero - Foi em 2004 que descobri esta grande paixão, foi como "nascer" outra vez. Desde então posso dizer que cada vez gosto mais de fotografar e que tenho uma enorme necessidade de o fazer. E o melhor de tudo é que sinto-me muito bem quando o faço!! Quando estou naquele ambiente é com se estivesse numa liberdade total. Enfim, adoro isto!!

"Grande parte do teu trabalho é ligado ao mar e à paisagem litoral. Porquê a escolha deste tema para as tuas imagens?"

JCNero - O mar sempre esteve presente em mim. Nasci numa terra de pescadores (Sesimbra) e a minha relação com o mar sempre foi constante. Transmite-me muita calma e muita serenidade. É este o poder que o mar tem em mim e de certa forma é isso que eu tento também transmitir ás pessoas quando vêem uma fotografia minha.

"Esse sentimento é a razão da escolha do P&B?"

JCNero - Pois… o P&B, é uma coisa difícil de explicar, apenas posso dizer que gosto muito desses tons monocromáticos, toca-me muito mais uma fotografia a p&b, identifico-me bastante, é muito mais intimista! O p&b transmite essa calma e serenidade bem melhor.

"Que pretendes com esta primeira exposição?"

JCNero - Pretendo dar a conhecer ás pessoas a minha maneira de ver tudo o que me rodeia, daí também o nome da exposição “Though my eyes”. Esta exposição é uma mostra de parte do meu trabalho desde o início desta minha grande paixão

"A expo marca o fecho de um ciclo para dar inicio a novo ciclo, ou pretendes aprofundar mais os temas em que te aplicaste nos últimos anos?"

JCNero - A exposição não marca o fecho de um ciclo. Antes pelo contrario, acho que vou aprofundar e desenvolver mais nos temas que tenho andado a fotografar. Claro que também tenho outros temas em mente, algo mais inovador, mas isso fica para uma, quem sabe, e outra expo...

Web: http://www.jcnero-fotografia.pt.vu/
Blog: http://jcnero.blogspot.com/

Reflectir.. sobre leilões fotográficos

O Sérgio Gomes, autor do blog Arte Photoraphica e um dos blogs fotográficos que sigo via RSS, colocou um post interessante sobre o fenómeno dos leilões fotográficos em Portugal, que passo a citar:

O crítico do semanário Expresso Jorge Calado escreve na última Actual (23 de Junho) um texto de reflexão sobre o fenómeno dos leilões de fotografia em Portugal. O professor de química do Técnico lamenta a escassa oferta no mercado (?) de fotografia em Portugal justificada pelo "desprezo" a que está votado o património. Para Calado, os três leilões já realizados pela Potássio Quatro demonstraram que existe por cá "não um, mas vários públicos para a fotografia", razão pela qual os lotes postos à venda são tão diversificados. Do lado das áreas com menos futuro, segundo Jorge Calado, estão as cartes-de-visite, monarquia, memorabilia e Estado Novo. Já os lotes históricos, os relacionados com África, o fotojornalismo e os livros estão em alta. O crítico refere-se depois à falácia das "edições limitadas" da imagem fotográfica e explica como, normalmente, esta manobra é usada como artifício para fazer subir a cotação de determinado autor.
Jorge Calado aponta a internacionalização como um dos aspectos mais positivos dos leilões da Potássio Quatro (mais de 50 por cento dos lotes foram para o estrangeiro) e sublinha a importância da venda do retrato de Fernando Pessoa (2º leilão, por 9775 euros) e do livro Lisboa: Cidade Triste e Alegre, de Victor Palla e Costa Martins (3º leilão, por 3047 euros).
E, por último, deixa esta pista:

“No mundo da fotografia, um dos desenvolvimentos recentes mais surpreendentes é a emergência da fotografia anónima e espontânea, dita vernácula. Já chegou ao museu e à galeria especializada. Se uma imagem é boa e desperta interesse é arte; se, além disso, for também um documento, tanto melhor; o resto é especulação financeira.”


E realemente me deixou a pensar. Senti necessidade de deixar um comment:

Há realmente dois pontos que menciona (citando o autor do texto que infelizmente n li) que me puxaram a reflectir...

1- "escassez de imagens". O (?) é mais que compreensível. Como é possível falar de escassez de imagem quando há tanta imagem a ser constantemente produzida? (Quase) Toda a gente sempre teve uma camera fotográfica e quase toda a gente continua a ter uma camera fotográfica (agora compactas digitais e telemóveis). É impossível falar de escassez de imagem. Se calhar foi retirada a menção a fotografia de qualidade, de processos antigos e/ou analógicos especificas (baseados em processos químicos clássicos), ou algum outro tipo de especificação... Será?

2- "o resto é especulação financeira" - esta frase sumariza muita coisa. Algo que sempre me passou pela cabeça quando via os catálogos da P4 era "mas quem é que quer isto". Talvez não estivesse concentrado ou curioso o suficiente para descobrir as imagens e sua importância (a imagem em si e não propriamente o seu suporte), grande parte do que via não suscitava grande interesse. Reconheço que peço por não conhecer a história da fotografia portuguesa, e isso pode representar uma das falhas.

Mas de qualquer forma fica a sensação que o comprador acaba por comprar a peça como um coleccionável, não necessariamente pela imagem que esta representada na fotografia nem o seu contexto histórico-cultural, que lhe interessa ou que toca directamente com a sua vivência, mas porque é uma fotografia de um determinado tipo, ou época, ou autor, qualquer que seja a imagem representada nela. Género se E.Weston tivesse fotografado uma pata de uma tartaruga, e um print muito mau se escapasse (totalmente desfocada, mal exposta, etc etc... que não tivesse leitura possível) será que vendia bem por ser um Weston, apesar de aquilo que continha nem o autor queria que alguém visse?

Consigo compreender e aceitar que isso é possível e até considero válido, como por exemplo um alunos ou adepto de fotografia que queira ter na sua colecção um elemento de cada processo fotográfico existente, para poder ver os resultados dos processos (como menciona o Jeff Curto nos seus podcasts de história da fotografia), mas este tipo de caso seria algo raro. Não justificaria tão grande procura.

Por outro lado há o aspecto de "autor morto". Como dizia um colega meu, Paulo Carrasco (www.paulocarrasco.com) "só vende bem obra de morto, por isso tira fotografias e depois morre :D". Será que é daí o interesse? O autor morto simplesmente é mais valioso? Não recordo com detalhe o conteúdo das ultimas edições dos leilões mas... quais as imagens mais recentes nesses leilões? Alguma coisa de impressões com base em imagens digitais? ou apenas processos "extintos". Há autores actualmente em acção, emergentes ou não, com obras no leilão? Há interesse do mercado nesse sentido? Ou prevê-se o surgimento desse interesse?

Enfim, arte é arte, há todo um mercado (estranho e que não compreendo) à volta dela, e por vezes (ou geralmente) o dinheiro movimenta interesses estranhos. Se calhar por estar mais virado mentalmente para o lado de produção da imagem, em vez do colecciona-lo e entender o coleccionar da imagem, a ideia de pessoas comprar imagens sem ser pelo interesse do seu conteúdo ainda não está bem entendida e portanto mal aceite. Espero um dia entender!


Talvez não faça muito sentido, mas será que faz?

2007-06-28

The Photograph

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Ontem à noite passei algum tempo a ajudar o meu colega Victor Martins com um trabalho escolar. Como é habitual nos reencontros, há sempre um pequeno período de troca de novidades, nomeadamente os novos livros de fotografia que cada um tem. Ultimamente não tenho tido livros fotográficos novos para ler/ver. Ele, dado o curso que anda a frequentar, tem que ter novo material constantemente. Como é o caso do livro The Photograph: A Visual and Cultural History (Oxford History of Art) de Graham Clarke.

Não se trata de um livro de portfólio de autor, mas sim um ensaio sobre a fotografia e a forma como a analisamos e lemos uma imagem. O autor, na introdução, menciona como ele tenta, neste trabalho, aplicar um método de leitura de imagem em que qualquer fotografia se possa inserir. É uma leitura da imagem que ultrapassa o fotografo e as questões técnicas. "... something which, as part of our everyday lives, seems so obvious and simple, and yet is endlessly complex...". Lembro-me de ler algures uma frase que dizia (traduzida): "numa sociedade tão carregada de imagens e estímulos visuais, os novos analfabetos serão aqueles que não sabem nem ler texto nem ler uma imagem...".

Com tanta imagem a ser produzida hoje em dia, saber ler imagens, interpretá-las, é de elevada importância. Como fotógrafos, por vezes a nossa percepção da imagem é apenas a fotografia e aquilo que é mais técnico e estético da imagem (exposição, cores, composição). Por vezes esquecemos da leitura da sua inserção num contexto mais alargado. A leitura da imagem e não necessariamente do elemento físico da fotografia; do conteúdo e do seu significado em vez de o elemento físico e o seu suporte. ( Espero que isto faça sentido que é difícil por em palavras...). Espero que leitura deste livro me abra os olhos para uma leitura melhor de imagens!

2007-06-27

Direitos de autor

Há dois blogs que acompanho já há algum tempo e que me tem ensinado muito sobre a área de negócio da industria fotográfica. São eles o blog do Dan Heller e o do John Harrington (principalmente este e o livro dele). Tenho aprendido muito quer sobre a colocação do preço, quer de protecção, quer sobre o licenciamento (não é que aplico sempre correctamente o que aprendia mas...).

Entretanto hoje li o útlimo post no blog do fotografo Chase Jarvis sobre a sua batalha legal com a empresa desportiva K2, sobre o uso ilegal das suas imagens. Essencialmente, a empresa utilizou as imagens produzidas pelo fotografo fora do prazo estabelecido pelo licenciamento. Como não foi possível resolver a situação a bem, foi necessário usar os tribunais e felizmente o fotografo ganhou o caso.

O que há de comun em todos eles é a menção do registo das imagens, indicando como propriedade intelectual/artístico do autor. Apesar da legislação (também a portuguesa) assinalar automáticamente o copyright ao autor da imagem, sem o registo da imagem, torna-se muito difícil a defesa dos seus direitos. E foi graças à existência desse registo que o fotografo conseguiu levar o caso em frente.

Em Portugal, a instituição que resolve as questões de direito de autor é a SPA - Sociedade Portuguesa de Autores. Abrange todas as áreas artísticas, desde a música, ao cinema e artes plásticas, incluindo a fotografia. Segundo o FAQ:

"O registo oficial das obras é efectuado na IGAC (Inspecção Geral das Actividades Culturais - telf. 21 321 25 00). No entanto se o autor desejar ser representado pela SPA para a protecção das suas obras (elaboração de contratos, protecção jurídica, cobrança e pagamento de direitos de autor, controlo das obras etc.), deverá para o efeito proceder à sua inscrição nos nossos Serviços de Atendimento ao Autor."


A alternativa que existe é o Creative Commons, mas este é mais virado ao registo não comercial e não tem o apoio jurídico que a SPA oferece. Os sites da SPA e do IGAC merecem uma visita para obter a informação, estando os sites até bem completos a esse nível (mais que aquilo que esperava).

2007-06-26

Tiago Xavier



Hoje fiz algo que já não fazia há bastante tempo (a sério). Estive a ver sites de comunidades fotográficas! O que há sensivelmente um ano era o dia-a-dia, ultimamente tem sido uma raridade. Em tempos alguns sites simplesmente perderam o interesse. Basicamente passei a visitar apenas o Fotosensível, que é o meu site preferido a nível de comunidade.

Dois a que nunca liguei muito deixaram de existir - iso600 e fotografia-na.net; O 1000imagens continua igual, e o olhares parece ter evoluído em qualidade. Não estive neles muito tempo, mas dei uma vista de olhos sobre as galerias de retrato que digamos é o tema que prefiro ver. Foi nesta galeria que descobri o trabalho do Tiago.

Os retratos dele saltam logo à vista. Não é o típico retrato de rosto meio cândido que TODA A GENTE posta nos sites (não é que seja mau... mas enfim...). Há muito mais que isso nas imagens. E o trabalho de cor e luz é excelente - fez me recordar algumas coisas do Jean Baptiste Mondino (pelo menos o aspecto geral de algumas imagens no livro "Mondino"). O site deste freelancer residente em aveiro merece, sem dúvida, a visita e apreciação do trabalho.

http://www.tiagoxavier.com

2007-06-25

40º Aniversário da revista Photo!

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Se há revista de que gosto e que recomendo vivamente a quem goste de fotografia, a primeira a mencionar é sem dúvida a revista PHOTO. A revista francesa dedicada a apresentar o melhor que se faz, quer a nível artístico, quer a nível profissional na fotografia, celebra este mês o seu 40º aniversário!

É a única revista que colecciono de forma dedicada. A primeira edição que comprei foi a 399 e desde a 4007 (Março 2004) que não falho uma edição. A edição mais antiga que tenho é a 119 de Agosto de 1977 (com trabalho de Bresson e Bourdin). A evolução da revista desde daquela altura é notória estando bem mais completa com as novidades das publicações e noticias das exposições. Além do mais conta com as entrevistas e alguma info do mercado, tudo elementos que faltavam nessa edição de '77. Mas mesmo assim a revista de então era uma delícia para a visão.

Adoro o formato e conteúdo da revista e considero-o o mais completo. Só tenho pena de estar em francês, pois não estou muito à vontade com a língua (se bem que consigo entender boa parte do que leio). Contém sempre info sobre exposições e sites de interesse, especialmente de fotógrafos a merecer destaque, lista de livros novos no mercado, artigos dedicados a fotógrafos e a tipos de imagem (sempre com imagens de topo, quer de qualidade quer de produção) e informação breve sobre compras e software e tutoriais (e basta). Os fotógrafos e os seus trabalhos que aparecem na revista tem sem dúvida o destaque e tratamento merecidos.

Esta edição especial tem na capa (e interior) a Natalia Vodianova, modelo muito destacado pela revista ao longo dos anos, e ainda tem: lista de 40 livros escolhidos pela revista (o que é sempre uma dor de ver pois há tantas que quer e tão poucas que posso comprar...), 40 imagens imagens/artigos sexy publicadas ao longo dos anos, os 40 sites web incontornáveis, 40 talentos com os seus 40 anos (mais ou menos) nas areas da moda, retrato, paisagem, jornalismo, natureza e artes (incluindo David Lachapelle, Terry Richardson, Marino Parisotto, Jill Greenberg, Denis Rouvre, Martin Schoeller, Philip Blenkinsop, Nina Berman, Guido Mocafico, Gregory Colbert, Tim Flach e muitos outros) e entrevistas a alguns dos peritos da área sobre a evolução da fotografia nas últimas 4 décadas. A não perder!

Para acabar, hoje quando fui ao quiosque da Torreira para comprar a revista (repare que tenho de andar uns belos quilómetros para conseguir obter a revista), comprei-o no dia em que chegou ao quiosque (tive sorte) e tive a sensação que pela primeira vez tinha falhado uma edição. Felizmente verifiquei, ao chegar a casa que era apenas impressão e que na realidade a última que eu tinha era efectivamente a de Maio, numero 439. Está "completo"!

Como são feitas as objectivas



Indicado pelo Paulo Carrasco e presente no strobist.

Utilizando a ferramenta Black and White do Photoshop CS3

Na leitura dos RSS de manhã encontrei no Art-nudes um post com um tutorial interessante de conversão para preto e branco usando a nova ferramenta black and white do Photoshop CS3. É bem mais eficiente que o método da desaturação ou memso o Channel Mixer (não é necessario ajustar as percentagens de modo a equilibrar nos 100%). E existe como camada de ajuste (adjustment layer)!

- Permite ajustar os tons em 6 gamas de cor (vermelhos, amarelos, verdes, cyans, azuis e magentas);
- Tem filtros de cor prédefinidos (como no channel mixer);
- Permite realizar a coloração do preto e branco;
e talvez o mais interessante:
-Permite ajustar os tons de um canal clicando e arastando directamente sobre a imagen, evitando o processo de adivinha de canal de cor associado!!!

Mais videos em photoshopsupport.com

2007-06-24

Vinhetagem em Photoshop

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Andei a brincar com uma imagem que tirei há já uns bons meses, mas que só agora scanei (até parece que ando numa de Winogrand a revelar meses depois de tirar :P ). Trabalhando a imagem, passei-o para preto e branco (usando o Channel Mixer com um filtro amarelo, por dar o toque que mais me interessava).

Por fim achei que lhe devia dar uma vinhetagem ligeira, que creio que reforça a imagem. Encontrei um pequeno tutorial interessante com um método em http://digital-photography-school.com/. É um processo simples:

- Cria uma selecção para a área da vinhetagem. Como a minha imagem é quadrada, criei uma selecção quadrada distanciado da margem 100 pixeis (dos 2500 da imagem).
- Entra no modo quickmask (Q). A selecção fica transparente e a área não seleccionada (externa) fica vermelha.
- Aplicar um Gaussian Blur, e manipular o valor para ter o gradiente desejado na área vermelha da máscara. Eu usei um valor na ordem dos 70.
- Remove o quickmask (Q). Deve ficar uma selecção quadrada de cantos redondos.
- Inverte a selecção (shift + ctrl + I).
- Aplica uma nova camada de ajuste de cor sólida preta. Altera a opacidade para o valor desejado (coloquei-o na ordem dos 70).

Et voilá. Simples e funcional

2007-06-23

A grelha das palhinhas

Um dos grandes problemas que sempre encontrei nos flashes compactos era a falta de acessórios. Softboxes, reflectores, grelhas.. nada disso é feito a pensar nos flashes compactos, ou pelo menos há muito poucos exemplos de produtos de qualidade nesse sentido. (Minha opinião).

Felizmente há sempre a alternativa - a mentalidade D.I.Y. (do it yourself). Nem sempre é fácil conceber o produto, e de uma forma apresentável. Mas volta e meia aparecem os génios que conseguem produzir muito do nada.

No blog do Strobist, quem acompanha já terá descoberto a solução do reflector e snoot. Se bem que não é propriamente novo (é comum usar Cinéfoil para produzir snoots), o método do cartão é de tão baixo custo que é de ficar parvo. E nos speedlights não há problemas de calor. para sombrinhas, já existem suportes apropriados, e para caixas de luz há soluções... o mais simples uma vulgar caixa de cartão.

Mas talvez o mais útil dos modificadores - a grelha - se apresenta como a mais difícil de reproduzir. grelhas comerciais são geralmente estruturas metálicas, resistentes a calor (as lâmpadas de modelação aquecem, e bem, a grelha!) e dimensionadas com precisão. Reproduzir a estrutura de favo de mel é uma tarefa nada fácil.

Não sendo a estrutura idêntica possível ou fazível, procura-se a aproximação - círculos! E que é fácil de usar para estruturar círculos na forma da grelha? Palhinhas! E assim se tem uma grelha de palhinhas, óptima para os speedlights. Como fazer? O blog do Rui Leal, fotografo português e também adepto do blog do Strobist explica o processo, passo a passo! A não perder!

Torrents e fotografia

Tal como o google, os Torrents são óptimas formas de encontrar informação, especialmente no formato de documentários. Aliás, diria que os documentários são a principal fonte de informação que retiro do formato... isso e umas series animadas (Samurai Jack e SouthPark).

Felizmente no último ano ou mais tenho conseguido encontrar alguns bons documentários sobre fotografia, ou arte no geral. As melhores, na minha opinião, são as que a PBS e a BBC produzem. Muita qualidade na produção dos programas. E a TV assim exige.

De tempo a tempo aparece uma ou outra ligada directamente a fotografia. Ainda hoje vi um sobre o David LaChapelle do Channel 5 (2002). Foi muito interessante ver o processo de trabalho do fotografo e da sua equipa, e muito fixe poder ver algumas imagens que já conhecia a serem criadas!

Portanto para o post de hoje decidi listar alguns dos Torrents que já obtive (alguns ainda não tive oportunidade de ver)

Documentário Biográfico (ou quase):
Portrait of a Photographer - David LaChapelle Channel 5, 2002;
Photographer-Annie Leibovitz-1993
Photographer-Sebastião Salgado–The Spectre of Hope-2000
Photographer - Man Ray - 1998
PBS - american Masters - Andy Warhol - 2 episódios
BBC - Power of art - série de 8 episódios documentando os grandes artistas como Caravaggio, Rembrandt e Picasso. Há uma versão legendada em PT.

Arte:
BBC - Design Rules - serie de 6 episódios muito bons sobre como melhorar o design interior, e explica de forma simplificada muitas das "regras" de design (e arte).
BBC - How art made the world - serie de 5 episódios (+1 de extras) sobre a história / desenvolvimento da arte.

Geral:
PBS - The War in Iraq, Through Photographers' Eyes

Alguns são tão "raros" (não há assim tanta gente a obter este tipo de vídeo ou a suporta-lo) que os tempos de obtenção são longos ou nulos... ou então sou eu que continuo com a ligação super lenta. Também, dado que alguns são reproduções de cassetes VHS gravadas da TV, a qualidade poderá não ser a esperada... Mas a espera vale a pena!

2007-06-22

Digitalizar Película

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Ontem o Go Skateboarding day em Ovar esteve 5 estrelas. Já não participava num dia de eventos assim há muito e soube muito bem. Praticamente não fotografei nada porque tava a curtir tanto andar ás voltas no skate. Esteve uma tarde excelente, mesmo óptimo para o evento! Parabens a todos que participaram e organizaram. Há muitas mais imagens do evento no blog do evento: http://gsdovar.blogspot.com

ANyway, gosto imenso de fotografar com película. Sei que não é o mais eficiente em muitas ocasiões, (nem o mais seguro) mas ainda sabe muito bem pegar numa Bronica ou Yashica ou mesmo a Holga pra mandar uns disparos. No domingo levei para o parque a Yashica, uma TLR, para disparar um rolo. Acabei por fazer uns retratos de alguns por lá.

Fiquei contente com algumas das imagens. A capacidade de reduzir a DOF nas médio formato é fabuloso. Se calhar é por isso que gosto tanto. Esta selectividade é muito útil. Também, a dimensão da película de médio formato é óptimo para digitalizar. Dá para sacar muito detalhe com uma digitalização a 1200DPi (dá uma imagem 2500x2500pixeis, aprox.)

Infelizmente, não é fácil digitaliza-los! Ou pelo menos ainda não acertei no workflow. Tenho uma Epson 4180 Photo, e estou a usar o software Epson Scan, que veio com o scanner.Gostaria imenso de usar o Silverfast. Até tenho uma cópia legal do software (versão SE distribuída noutros scanners da Epson), mas infelizmente não consigo activá-lo (actua como se de uma demo se tratasse). Não é que o Software da Epson seja mau, mas é muito automático - os crops são automáticos (o que é problemático com as imagens da Holga, pois muitas vezes uma sub-exposição e vinhetagens são consideradas espaçamento entre imagens e é impossível incluir as marcas da película - a numeração lateral), a exposição é automática, o controlo das cores é automático... É possível efectuar ajustes, mexendo nos level, curves e afins que o software disponibiliza, mas por alguma razão é tão esquisito.

Basicamente nos scans, preparo a imagem o mais próximo que consigo daquilo que quero e resolvo o resto no Photoshop. Geralmente aplico uma curva que abre os midtones tb, para clarear a imagem. Mas o tratamento da cor é o que complica tudo. A típica escolha do branco com os levels nem sempre funciona. Há grão e brancos impuros. Escolher o cinza é uma chatice tremenda... Se calhar ainda não interiorizei ou descobri o esquema correcto para o ajusto da cor, especialmente de película!

Se alguém tiver dicas, agradecia que deixasse nos comments, ou que me enviasse um mail! Gracias!

2007-06-20

Vista e cor... um problema?

No fim de semana decidi tentar calibrar, dentro do possível, o monitor do portátil que tenho, e que está com Vista. Escrevi "tentar" porque 1) o monitor é quase incalibrável (LCD e muda facilmente o contraste consoante o ponto de vista, infelizmente e 2) não encontrei os controlos de calibração do Adobe Gamma, que estava habituado a usar no desktop e 3) não tenho nenhum equipamento de calibração. Na verdade o único controlo que encontrei foi o da placa gráfica, no painel de controlo da NVidia.

De qualquer forma, tentei procurar informação sobre a calibração de cor no Vista, a ver onde encontraria o Gamma no meio daquilo e encontrei um artigo/post no Digital Outback Photo. Trata-se de um artigo publicado inicialmente no Cromix Newsletter #26 (escrito por Steve Upton) em que o autor apresenta informação sobre o tratamento de cor nos sistemas MS Windows (passado e presente). O artigo merece uma leitura atenta, especialmente se estiveres atento a questões de cor e calibração da cor no teu workflow de imagens.

Resumidamente, a Microsoft apresenta no novo S.O. um novo sistema de gestão de cor (CMS) - Windows Color System (WCS). O WCS vem substituir o CMS anterior - Image Color Management (ICM) e que era baseado em perfis ICC. O WCS tem sido desenvolvido pela Microsoft em parceria com a Canon. O WCS não é compatível com ICC (são estruturas de informação diferentes) mas é possível a conversão da informação. No Vista, ainda é possível usar perfis ICC desde que todos os perfis em uso são ICC. Caso contrario, WCS é usado e os ICCs são convertidos para a estrutura WCS. Mais, os perfis WCS podem ser embutidos nas estruturas do ICC. (Confusão, né?... Eu sei...) As conversões no WCS são calculadas "on the fly", sendo rápido e eficiente. Os perfis WCS também armazenam informação do ponto negro.

No entanto, apesar das vantagens que o WCS apresentaa (e estão listadas no artigo), há problemas associados... que aparentam ser mais do Vista do que própriamente do WCS. O primeiro que salta á vista no artigo é a dificuldade em carregar as curvas de calibração dos monitores. É um problema de conflitos de carregamento das Tabelas de consulta (lookup tables - LUT). O Windows sempre dependeu de aplicações externas para carregar esses dados (nos MAC é carregado no arranque desde o OS 8). Como tal, duas aplicações podem ter LUTs diferentes carregadas.

O segundo problema que chama a atenção é o "bug" da autorização. Se já usas ou usaste o Vista, é natural que tenhas ficado farto do contínuo pedido de autorização para efectuar uma tarefa administrativa. E quando isso acontece, o ecrã escurece. Pois é, esse escurecimento é algo que altera os perfis de cor carregados! Ou seja entras no Vista, carregas a calibração do monitor com uma aplicação externa, e 5 minutos depois num pedido de acção administrativa, a calibração é alterada na gráfica (para o escurecimento) e nunca é reposto... é facil perder confiança na calibração que tens, com o Vista. Felizmente é possivel eliminar a alteração desligando o UAC e o escurecimento do ecrã (ver: disable user account control uac the easy way on windows vista & make user account control uac stop blacking out the screen in windows vista )

Naturalmente o WCS parece interessante e um avanço no tratamento de cor no Windows. Mas os problemas que o Vista apresenta são problemáticos e até "corrigidos", poderá ser problemático usar o WCS eficientemente, especialmente a um nível profissional onde é necessário garantir precisão na côr. Mas convém ler o artigo completamente para ter a correcta percepção da questão da gestão da cor no Vista.

Agora já só falta calibrar o monitor....

2007-06-19

Desatenção, desleixo...

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O que não mencionei no post de ontem foi o quão mau saí fotograficamente,no domingo. Para já, saquei muito poucas fotos. Estava mais interessado em andar e ver andar que andar com a máquina na mão. É uma "mudança" que ás vezes apetece. E quando se está com a máquina, nestas condições, o desleixo aumenta, e os detalhes escapam.

Esta foto e a do post de ontem é exemplo... Dois bons toques, duas fotos relativamente fraquinhas. E porquê? Total desatenção aos detalhes.

Basicamente para as duas fotos, usei um esquema de duas luzes (em cross-lighting). Mas se olhares bem para as imagens, só há luz de uma fonte. Que aconteceu, perguntas? Desleixo e desatenção! Geralmente tenho os dois flashes (Metz 54Mz-4) na mochila, uma com sapata para a máquina e outra com a célula fotossensível montada (SCA 3083). Visto que tinha os dois flashes afastados, montei a ligação por rádio - transmissor na máquina, e receptores nos flashes. E se tiveres mais atento que eu a ler isto, já terás percebido o problema - receptor montado na sapata da célula....

A base da célula é visualmente idêntica às sapatas "normais" do flash e não tem qualquer contactos externos. Ao ligar a receptor ao flash nada acontece. Carrego no botão do teste do transmissor e o flash não dispara. Ver settings, botões de power, etc.. teste... nada. Aliás de vez em quando até disparava, aleatoriamente, porque o segundo flash também estava ligado e por vezes a célula disparava e por simpatia, em vez de ser por estar ligado ao receptor. Esquisito não é? Acredita que sim! Só detectei o erro quando olhei para a frente do flash e vi a janela da célula... e aí já era "tarde demais".

De qualquer forma, a desatenção do estado do equipamento (o acessório ligado a ele) comprometeu completamente a imagem ao nível da luz. Queria duas luzes, fiquei só com uma. A escolha da lente / composição também não foi a mais famosa. Tele na vertical neste corrimão funciona bem, ou a fisheye numa posição mais paralela ao obstáculo. Fica para a próxima.

E fica atento ao que fazes!

2007-06-18

Go Skateboarding Day

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Ontem foi um dia bem divertido. Já fazia algum tempo que pegava no skate para andar. Pelo menos num skateparque para mandar uns toques. De vez em quando ainda há hipótese de dar umas voltas pela rua e assim. Mas com trabalho e tarefas, tempo para dar um giro sobre a tábua escasseia...

Ontem foi o primeiro dos eventos do Go Skateboarding Day em Ovar. O dia oficial é apenas quinta, mas o povo de la organizou parte do evento no domingo, com o intuito de sensibilizar a comunidade para o estado do skateparque, que realmente necessita de manutenção. É um parque com muitos anos e naturalmente precisa dos toques.

Infelizmente o dia de manhã esteve com um tempo muito mau, e não foi possível skatar no parque de manhã. A alternativa do o estacionamento subterrâneo do antigo Modelo. Foi uma session divertida e simples lá por baixo. Alguns jogos de skate amigáveis e afins.

Felizmente o dia clareou e permitiu uma tarde muito boa. O parque esteve cheio de pessoal, coisa que já nãi via há anos, literalmente. E deu para estar com amigos que já não via há bastante tempo como o Diogo e povo que costuma estar na Gafanha e o Dantas que anda por Lisboa. Também o pessoal que andava antigamente de Ovar esteve presente. Também deu para ver que há sangue novo que está com o nível bem alto, como o Renato Aires que atirou-se ao corrimão que antigamente toda a gente tinha "medo" de dar. Boardslide e 50-50 (a foto de cima), foram os toques dados. Espero na quinta ver o 5-0!

2007-06-07

Tech Week #1 - Backups - III

No ultimo post, falei sobre os meios tecnológicos que podem ser usados para suportar os dados do backup. Vamos ver melhor alguns esquemas de utilização.A melhor escolha para a tua situação dependerá naturalmente da quantidade dos dados que geras, e a importância das mesmas.

Organiza-te!
Algo que ajuda imenso na decisão dos métodos de backup ideais está ligado à organização que dás aos dados. Tudo ao molho complica ou limita as decisões. Já uma boa organização da informação poderá simplificar em muito o processo.

Por exemplo, usar pastas bem seleccionadas para suportar os conteúdos. Uma pasta para trabalhos com subpastas de cada trabalho; Uma pasta dedicada a fotografias com pastas para o tipo de imagem (trabalho, familiar, produções finais, impressões); Pastas para os multimédia - musicas, filmes, livros electrónicos, podcasts...). Este tipo de separação ajuda em muito a classificar os dados quanto à sua importância. Trabalhos, são sem duvida, dos dados mais valiosos que se tem, pois geralmente são as que dedicamos mais tempo a criar. Documentos, relatórios, produções de imagem, base de dados, etc... Se bem que, depois de realizar a primeira vez, poderão ser novamente efectuadas, a perda de tempo necessário para a reprodução é insuportável. Logo estes são os dados que tem de ser salvaguardados em primeiro lugar e mais frequentemente.

Para esse efeito, o CD ou DVD é a melhor solução. São baratos, e tem uma capacidade suficiente para suportar muitos dados, sem exagerar. Se determinado projecto ou conjunto de projectos rondar os 500MB de dados, um DVD, pode ser utilizado para armazenar umas 8 versões dos dados. A gravação é rápida, é barata o que admite múltiplas cópias de dados, e são óptimos para arquivo. No caso de fotografias, é muito fácil organizar sessões de imagens por data e ir inserindo em DVDs á medida que se tenham acumulados imagens suficientes. Considerando as dimensões dos ficheiros que as máquinas habitualmente gerem, facilmente se enche um DVD. De qualquer forma, este é o tipo de dados que é muito importante "ir guardando". É muito importante fazer periodicamente o backup da informação. Diário, semanal, mensal... depende da quantidade e frequência de criação de dados. O mais difícil, especialmente tendo em conta que exige a acção directa do utilizador, é mesmo criar uma agenda de backups e mantê-lo.

Uma opção também interessantes é usar espaço web para armazenar versões dos ficheiros. Este é particularmente útil se as dimensões dos ficheiros são reduzidos (até alguns megas). Basta ao fim do dia de trabalho enviar o ficheiro por FTP para o servidor. Se a maquina local falhar, há uma cópia remota que poderá ser recuperada.

Se a situação de "acção directa" incomodar, uma solução mais automatizada é necessária. Neste caso, discos externos são ideais. Existe diversos softwares que permitem efectuar cópias de segurança dos dados. E facilmente podem ser colocados numa drive externa. O próprio Windows XP já inclui um aplicativo de backups. Podem encontra-lo navegando no menu de programas a Programas -> Ferramentas do Sistema -> Backup.

O Backup do Windows uma aplicação extremamente simples, e muitas vezes desconhecida (eu mesmo descobri-o há muito pouco tempo). Podes definir quais as pastas a armazenar, e onde armazená-los. Geralmente é gerado um ficheiro com o backup efectuado. Também é possível agendar a tarefa do backup criado, com a frequência desejada e no modo desejado - completo, incremental, diferencial, etc... Podes por exemplo seleccionar as pastas importantes e guarda-los num ficheiro, outros dados noutro backup, os dados do sistema noutro. Cada backup é um ficheiro (com os restantes ficheiros guardados lá dentro.. podem imagina-lo como um zip. Localmente (isto é guardando os dados de um computador no próprio computador), é bastante eficiente. Uma grande vantagem que tem é que consegue efectuar copias de ficheiros em uso - como o ficheiro do Outlook que geralmente está sempre aberto. Se os ficheiros gerados forem pequenos, podem ser facilmente armazenados num DVD para arquivar, ou copiar para um disco que fica off-line. Um artigo sobre o backup do Windows que recomendo é 10 things you should know about Windows XP Backup.

Infelizmente não está muito documentado (ou na altura tive dificuldade em encontrar a informação que eu queria). Já o utilizei nalguns ambientes mais complexos - guardando os dados de dois computadores para o mesmo disco. Basicamente cada computador fazia o seu backup para uma pasta própria num disco externo ligado a uma das máquinas. No disco da própria máquina, tudo corria ás mil maravilhas. Do computador ligado por rede, por vezes não encontrava a pasta partilhada/ficheiro onde devia armazenar o backup efectuado. Também, agendar a tarefa tendo em conta permissões da AD pode ser mais complexo do que possa parecer... Um último problema era que cada backup duplicava os dados (apesar de ter escolhido backups diferenciais) e facilmente enchia o disco (cada backup gerava cerca de 60GB). Não sei bem como, mas eventualmente (suponho) a aplicação fazia um backup completo dos dados e livrava o espaço das versões completas e diferenciais anteriores. Mas localmente, funcionava (e ainda funciona) na perfeição.

O backup do Windows é óptimo porque é simples e gratuito. No entanto há outros aplicativos no mercado. WinBackup e soluções da Norton são exemplos. Por vezes os próprios discos externos tem software proprietários que permitem fazer backups. Podem ser soluções que vão ao encontro das tuas necessidades.

Acabamos de ver que os dados importantes e gerados mais frequentemente devem ser prioritariamente salvaguardados. Guardar versões também é útil - sempre é uma cópia extra, mesmo que não completa. Num projecto em que estou a trabalhar actualmente, o meu backup é, na prática, diário. Não só serve como forma de entrega, mas garanto a salvaguarda de múltiplas cópias do ficheiro, mesmo que incompletas (mas que com um pouco de trabalho, ficam "refeitas"). Agora como tratar os dados menos frequentes, e menos importantes. Um exemplo são músicas e vídeos, podcasts, publicações web, etc.

Vale a pena criar um backup com esses dados? Depende da importância que lhes dás. Boa parte desse tipo de dados é geralmente "descartável". Digo descartável porque boa parte é de uso temporário. Vemos o filme ou podcast uma ou duas vezes e nunca mais lhe mexemos. O mesmo acontece com alguns álbuns. Mais, boa parte desses dados podem ser readquiridos sem grande esforço. Cabe então a cada um escolher o que é importante e se compensa o pequeno ou grande investimento nos meios para armazenar a info. Recomendaria armazenar os conteúdos mais utilizados ou favoritos, no mínimo, e também materiais, quer vídeo, áudio ou literário didáctico (por ser uma referência que se consulta com frequência) em arquivos externos como o DVD.

Se o investimento não for problema, conjuntos de discos externos podem ser uma solução. Manter um conjunto em ligação continua ao computador e utilizar um segundo conjunto para guardar o backup e armazenar off-line. Rotatividade periódica dos discos pode ser interessante, mas é necessário ter cuidado para não eliminar cópias únicas de ficheiros no processo de troca. Mais informação fica concentrada num espaço fisicamente mais pequeno.

NAS
Estas soluções são óptimas para um computador singular. Mas se se trata de uma rede de computares (doméstico) a coisa fica mais complicada. Imagina a situação de uma família com vários PCs (pais + filhos), ou uma pequena empresa com vários PCs funcionamento. Todos usam o seu próprio computador para gerar dados. A solução mais óbvia e comuns é cada um ficar responsável pela salvaguarda dos seus dados. Mas porque será natural existir uma pequena rede interna, com ou sem fios, e é muito natural que haja partilha de informação (especialmente multimédia), uma solução de centralização de dados poderá ser uma mais valia. Um NAS será sem duvida uma óptima escolha.

Como vimos anteriormente, o NAS significa Network Access Storage, ou seja armazenamento em rede. Neste cenário, teremos um ou vários servidores cuja função é exclusivamente armazenar informação. Para o cenário caseiro, computadores tornados obsoletos podem ser recuperados para esta função, já que não necessitam de ser muito exigentes ao nível de requisitos de processamento. O equivalente a um Pentium IV é mais que óptimo. Basta a placa de rede rápida e memória RAM extra. Para esta situação, o sistema operativo Linux é muito apropriado pelos poucos recursos que exige, especialmente para as versões server que não tem ambiente gráfico, e a disponibilidade de software gratuito e dedicado à função.

São também conhecidos como "file servers" por fazerem isso mesmo - servir ficheiros. Cada utilizador da casa poderá ter uma quota de espaço pessoal no servidor e um conjunto de pastas acessíveis a todos. Multimédia pode ser distribuído pelas pastas partilhadas; documentos e trabalhos pelas pastas pessoais. Este armazenamento centralizado pode complementar o armazenamento pessoal ligado directamente a cada computador e servir de cópia complementar. O backup a partir do servidor de ficheiros torna-se simples, pois é um backup dos ficheiros da própria máquina. Até pode haver uma segunda máquina dedicada ao processo do backup, salvaguardando os dados no servidor de ficheiros E os das maquinas individuais, se necessário.

O NAS apresentado no último exemplo, como servidor de ficheiro, pode servir para efectuar backups, mas não parece estar optimizado para o processo devido á falta de automatização. Mas se lhe dermos essa característica, torna-se uma ferramenta poderosa na salvaguarda dos nossos dados. Para obter essa autonomia, basta inserir-lhe um software que permita buscar, de forma automática e periódica, os ficheiros a cada computador ligado na rede. Conseguindo isso, terá um computador dedicado ao processo dos backups de todas as maquinas ligadas na rede. Automaticamente. No caso do Windows, não conheço o software (penso que a Norton tem e provavelmente alguma versão cara do WinBackup permite isso), mas para o Linux, existe uma aplicação interessante chamado BackupPC, e que faz isso mesmo. E não está limitado a backups a maquinas Linux; correctamente configurado consegue efectuar os backups a máquinas Windows e MAC (lindo, né?). Nesta máquina, RAID e/ou rotatividade de discos são óptimas adições para melhorar a configuração e aumentar a segurança! Por ser centralizado, exige alguns cuidados extras, como garantir que a maquina esteja ligada nas horas importantes do backup, e alguma protecção contra falhas de energia ou picos de tensão.

Tipos de backup
Um conceito que me esqueci de explicar foi o dos tipos de backup, mais propriamente os que mencionei já neste post. Essencialmente há dois tipos, e ligados á forma como é efectuado a copia. São o "full backup" (completo) e o incremental. No completo, todos os dados são armazenados/copiados. No incremental, apenas os novos ou alterados desde o último backup completo são acrescentados. Geralmente o processo de backup inicia-se com um backup completo, segue uma temporada (uma semana por exemplo) com backups incrementais periódicos, e após algum tempo efectua novamente o backup completo. O processo é cíclico. Este processo de utilização de incrementais é mais eficiente, por exigir menos tempo de transferência de dados e ocupar menos espaço.

Os restantes modos, cópia, diário, diferencial, etc.. são derivados destes. Estes que mencionei são específicos da aplicação do backup do Windows.

Os problemas que não devem ser esquecidos!
Por fim, vou mencionar apenas alguns problemas que devem ser tidos em conta com backups, e pensados para os percaver, e mencionados no site do Backup Critic:

O problema da frequência - imagina que passaste um dia completo á volta de um ficheiro, e no fim do dia por distracção, apagaste-o. Lá se foi o dia de trabalho! Meso que efectuasses o backup diário, essa periodicidade não foi suficiente para evitar a perda de alguma informação. Existe sempre um período finito de risco de perda.

O problema da distância - estas longe de casa, e, apesar de efectuares backups frequentemente, houve um desastre (como um incêndio) que te destruiu todos os meios de armazenamento. É para estes tipo de casos que a adição de uma solução remota é importante, pelo emnso para os ficheiros mais importantes.

O problema da retenção - este prende-se com o numero de cópias de backups efectuados. Imagina que um vírus ataca o sistema, mas só o descobres após algumas semanas. Nesse período continuaste a efectuar backups do sistema, mas que se sobrepuseram a copias do sistema quando estava limpa. O que poderia ser simples (limpar o vírus e repor o sistema limpo) ficou complicado por não teres cópias do sistema quando estava limpa.

O problema da obsulência - trata-se de meios... vamos supor que tinhas um trabalho importantíssimo que realizaste há uns valente anos e que estavam armazenados em floppies .. do grandes! Vamos supor que hoje precisas desses mesmos dados. como recuperar? hoje em dia é quase impossível encontrar máquinas com esse tipo de drive de leitura. O mesmo está prestes a funcionar com os sistemas Beta/VHS e CDs, e algum tempo mais para a frente será os DVDs.

O problema da degradação do meio - nenhum material é perfeito. Uma das razões para o backup é guardar os dados precavendo avarias, mas os materiais em que guardamos cópias também podem se estragar!. Convém periodicamente verificar o estado dessas cópias para garantir que estão acessíveis. Este é um problema grave que irá afectar muitas famílias ao nível de das fotografias digitais. Um dia, sem saber, os CDs com as únicas cópias das fotos estão inúteis e as imagens perdidas para sempre.

Como podem ver existe sempre um factor de risco extra, mesmo efectuando backups...

Por hoje é tudo. Para a próximo deverei descrever melhor o processo de backup que tenho em mente, para os meus futuros backups.

A Serie TechWeek#1 - Backups
Backups I - O porquê;
Backups II - Os conceitos e tecnologias;
Backups III - Soluções, Tipos, e problemas

A ultima foto de feridos no Iraq?



Esta foto, fotografado pelo fotojornalista Michael Kamber há 15 dias no Iraq, poderá ser das últimas a mostrar soldados americanos feridos na guerra. Portanto poderá bem ser uma imagem histórica, como menciona o Michael Shaw num artigo de opinião sobre o caso.. Isto porque as novas regras militares americanas exigem consentimento escrito do soldado ferido para publicar a fotografia onde aparece (obviamente se o triste morre no processo, é impossível obter o consentimento...). É efectivamente mais um elemento de censura disfarçada de protecção do direito de privacidade do soldado...

2007-06-06

Chase Jarvis - Ninjas


Aqui fica o vídeo de uma produção interessante de Chase Jarvis, fotografo comercial. Esta sessão não é de um trabalho comercial, mas apenas um género de momento criativo pessoal. De treino até.

Além do site, o Chase também tem blog!

2007-06-05

Tech Week #1 - Backups - II

Continuando da primeira parte, vamos olhar a algumas opções de armazenamento de dados disponíveis, e recomendáveis para processos de backup. Mas antes de ver os componentes específicos, vamos ver alguns conceitos:

  • Armazenamento on-line/off-line
    O conceito de on-line e off-line ao nível do armazenamento prende-se com a forma como é guardado o hardware que suporta os dados. On-line refere-se ao meio ligado à máquina de armazenamento. Off-line significa que é removível do computador, mas mantém os dados. Off-line é uma boa sugestão para backups. Armazenarenas os dados no equipamento, e depois guardas noutro local que consideras seguro. Os dados ficam armazenados e sem o risco de serem mexidos.

  • Tecnologias e equipamentos
    Apesar de existirem diversas tecnologias para o armazenamento de dados, as três principais em uso são os meios ópticos, magnéticos e electrónicos.

    Dos três, talvez o mais importante seja o magnético. Antigamente eram as disquetes, hoje são discos duros de grande capacidade e as cassetes de armazenamento. As cassetes são um meio típico em uso em empresas, mas tem um custo relativamente elevado. As cassetes ou fitas magnéticas tem capacidade para algumas largas dezenas de gigabytes de capacidade. No entanto a escrita é lenta e o equipamento de escrita e leitura é cara, e portanto geralmente fora do alcance e desnecessário para utilizadores comuns.

    Já os discos duros estão bem mais em uso, com capacidades elevadíssimas - das largas dezenas ao milhar de gigabytes - e com o preço a descer à velocidade de um avalanche. Um disco de 500GB, externo, já só custa 100-140€ - menos de 30 cêntimos por Gigabyte. Há com três "sabores" - "Micro-drives", mais parecidas com cartões de memória compact flash; discos de 2,5" típico dos computadores portáteis; e discos de 3.5" mais comuns nos computadores. Os mais pequenos são naturalmente mais caros e com menos capacidade, no entanto são bem mais portáteis, e geralmente as versões com caixa externa não necessitem de alimentação própria, bastando a alimentação de uma porta USB. No caso de backups, o ideal será o formato maior, quer pelo custo, quer pela característica estática do equipamento (não faz muito sentido arriscar a destruição da tua cópia de segurança com transportes...).

    Dos sistemas ópticos, o CD e DVD estão mais que implementados no mercado, sendo o DVD o "rei". Tratam-se de bolachas plásticas em que os dados são queimados na superfície do disco através de um laser e a leitura é feita também por um laser. Os DVDs suportam cerca de 4.7 gigabytes por disco com um custo reduzido (0.30€ - 1€ por disco), se bem que há deles de dupla face com o dobro da capacidade, mas naturalmente mais caros. Agora começam a surgir os HD-DVD e Bluray, com suporte para 30-50GB num só disco, mas dada a "novidade" ainda são um meio muito caro para o utilizador doméstico. Este tipo de disco é óptimo pela facilidade de arrumação - guarda-se numa caixa ou empilhada numa cakebox. Apesar de haver deles re-graváveis, a grande maioria é de apenas uma gravação, o que significa que uma vez gravado os dados, não mais poderão ser alterados - uma protecção óptima para um backup.

    Devido à sua natureza óptica, é necessário ter cuidados extra com o seu manuseamento para preservar a face de leitura dos dados de riscos que poderão comprometer os dados armazenados. É necessário ter também cuidado com a preservação - alguns materiais usados no fabrico não garantem a durabilidade a longo prazo da informação. Corrosão e humidades podem provocar danos irreversíveis. Até as tintas usadas podem comprometer o disco (já tive alguns - poucos - em que a tinta da superfície superior descolou, tornando o disco inútil). Mas existem com diversos, materiais - uns mais caros que outros, e portanto deve ser tido em conta a importância dos dados na altura da compra.

    Um aspecto óptimo dos DVD é que, apesar de ser mais pequeno em capacidade que um disco, se tiveres um conjunto de DVDs e um se estragar, apenas perdes uma parte dos dados da colecção; já se um disco rígido vai à vida, lá se vão os dados todos...

    Distribuição e replicação
    Já foi mencionado que uma das formas importantes de salvaguardar os dados é a criação de redundância. Uma forma possível é a distribuição de dados por vários computadores. é uma solução que faz sentido com redes de computadores, e com conjuntos de informação que convém estar constantemente disponíveis. Os dados de uma máquina são replicados em várias máquinas da rede. Se uma falha , há cópias da informação noutros locais, e não deixam de estar acessíveis.

    Para soluções localizadas, um método de redundância existente para discos duros é o sistema RAID. RAID significa Redundant Array os Independent(Inexpensive) Discs - vários discos a funcionar como um único. Existem vários modos de RAID, identificados por números - 0, 1, ... em que os mais comuns são o 0, 1, e 5.

    Em RAID 0, dois discos são usados como se apenas um se tratasse, com a soma da capacidade de âmbos. Assim dois discos de 250Gb funcionam como 1 de 500Gb. Parece uma boa solução, mas acredita que, se queres guardar dados a longo prazo, é de esquecer. Os dados são divididos por ambos os discos e se um falha, lá se vão os dados dos dois (já o vi a acontecer :S)! É óptimo para armazenar dados pouco importantes ou com curto prazo de necessidade e é rápido (porque os dados são divididos pelos dois discos e armazenados em paralelo). Mas para salvaguardar dados por um período longo é um risco demasiado grande.

    RAID 1 utiliza pelo menos dois discos e espelha-os. Ou seja dois discos de 250Gb funcionam como um de 250Gb e um é espelho directo do outro. É um óptimo sistema, pois mantém sempre duas cópias da informação, bastando estar um em funcionamento para garantir continuidade de dados. Se um falha, o outro tem os dados intactos. No entanto utiliza apenas 50% da capacidade total dos discos. Se tiveres 3 discos de igual capacidade disponíveis, este pode implementar um sistema de rotatividade interessante - em qualquer momento há dois discos em uso no RAID1, e um off-line com os dados de até determinado período. Periodicamente a troca entre o que está off-line e um em funcionamento pode ser feito para garantir uma grande quantidade de dados existentes até determinada altura. No entanto é necessário ter cuidado com dados entretanto eliminados...

    RAID5 utiliza 3 discos no mínimo e mantém um esquema de paridade de dados entre os discos. Se um falha, o sistema funciona normalmente com os outros dois. Basta substituir o que falhou por um novo e o arranjo é reconstruído sem perda de dados. Também é aproveitado melhor a capacidade dos discos. Mas é claro que não é perfeito.. se dois discos falharem, capute...

    O RAID é geralmente efectuado através de controladores de hardware específicos mas também é possível por software. Algumas motherboards já a incluem, se não me engano, mas é possível adicionar os componentes necessários para o efectuar. Também existem equipamentos de armazenamento externo com RAID implementado, mas que é naturalmente uma solução mais cara.

  • DAS e NAS
    DAS significa "Directly Attached Storage" e NAS significa "Network Attached Storage". No primeiro, o equipamento de armazenamento está ligado directamente ao computador - o perfeito exemplo é o disco externo. No segundo, o equipamento está à distância, ligado através de uma rede, seja interna (LAN) ou externa (Internet). Ambas são boas opções, dependendo das quantidades de equipamentos disponíveis. Para apenas um computador com dados a salvaguardar, o DAS é a solução típica; para um conjunto de computadores em rede, o NAS poderá ser a melhor solução, se bem que sempre mais cara..

    As NAS também vêm com muitas variedades e preços. A força principal dos NAS são servidores dedicados ao armazenamento. Geralmente tem grande poder de processamento e grande capacidade de armazenamento... e são caros! Óptimos para empresas com grandes fluxos de dados, mas "overkill" para o utilizador doméstico. Mas os NAS não estão limitados a servidores poderosos. É possível construir um NAS de baixo custo / pouco investimento. Se tiveres algum equipamento mais antigo disponível como um PC com alguns anos mas ainda funciona, basta arranjar os discos para armazenamento e a placa de rede. Falarei melhor desta solução nos próximos posts. A outra opção são discos NAS dedicados. São basicamente discos externos, mas com controladores de rede integrados. E sem duvida uma forma simples de partilhar dados entre vários computadores. Por exemplo quer a Iomega quer a Lacie produz uns com o RAID implementado, como também os discos externos simples e com o controlador de rede. Estes últimos são pouco mais caros que os discos externos USB e uma solução interessante para partilhar informação.

    Conclusão #2
    Enfim, o post vai longo, mas ficam alguns conceitos dedicados ao tema e que serviram para encontrar soluções. Esse aspecto fica para o próximo post!

    A Serie TechWeek#1 - Backups
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  • CRU-A #6

    cru-a06

    A edição numero 6 da revista on-line CRU-A já está disponível para download. Muito interessante esta edição!

    A anteriores em www.cru-a.com

    2007-06-04

    Camera Raw 4.1

    A Adobe lançou há dias a versão 4.1 do Camera Raw, o editor de ficheiros de imagem RAW do Photoshop. Inicialmente pensava que apenas incluía a actualização para alguns modelos de câmeras, mas afinal a aplicação tem muitas funcionalidades novas, como controlos de sharpening mais avançadas, opções de máscaras, controlo chamado "claridade", entre outros.

    Um artigo completo de reviw pode ser visto no photoshopnews.com

    Tech Week #1 - Backups - I

    Vou iniciar uma rubrica não regular no blog. Vou dedicar uma semana a um tema principalmente ligadas a temas tecnológicos (ligadas directa ou indirectamente à fotografia). E porque nestas ultimas semanas tenho andado às volta com backups e sistemas de backups, decidi falar no blog sobre isso,

    Porquê precisas de um backup?

    Porque é uma chatice do caraças perder todo aquele trabalho que passaste tempos a realizar, os documentos que perdeste imenso tempo a escrever e a compilar, e os dados que foste recolhendo e organizando!

    Algo que geralmente não percebemos é o risco a que estamos sujeitos com o uso de sistemas computacionais - é que os sistemas computacionais não são à prova de falhas. E quando descubrimos, é pelas piores razões. O hardware pode falhar por desgaste de peças móveis, defeito de fabrico, condições atmosféricas, sobrecargas energéticas, descuído... A própria forma de utilização do equipamento (PCs principalmente) representa um risco, principalmente por descuido ou desconhecimento relativo aos vírus e às formas como se propaguem, mas também pela desatenção na utilização do equipamento - o típico apagar um ficheiro sem crer, pensando que era outro ou que estava noutro sitio.

    Se bem que não podemos garantir a salvaguarda de dados a 100%, é possível reduzir em muito a possibilidade de perda. O principal método de diminuir o risco é o uso de boas práticas na utilização e gestão de equipamento. Não tenho números para suportar isto, mas diria que grande parte das perdas de dados se devem ao mau uso do PC. Especialmente por aqueles que não tem muito conhecimento técnico sobre como funciona a "maquina". Digo isto porque quem sabe como funciona internamente o equipamento terá boa ideia das possíveis falhas. Veremos algumas ideias a ter em conta neste aspecto.

    O segundo método de diminuir o risco, e que suporta as falhas do primeiro, é a criação de redundância dos dados. Copias da informação. Se uma falhar, existe a copia. E se esta redundância for criada de uma forma automatizada, tanto melhor! Existem muitas opções no mercado para esse efeito. Alguns são sistemas carrissimos que saem fora do âmbito deste conjunto de posts, mas naturalmente existem muitas mais opções para sistemas simples. Tendo em conta o baixo custo actual dos equipamentos de armazenamento de dados, é possível fazer muito com pouco.

    Boas Práticas

    Deve haver uma lista enorme de boas práticas para salvaguardar dados. Eu posso mencionar alguns pontos, que ajudam a preservar dados. As dicas que seguem são principalmente ligadas ao Windows por ser a que mais utilizo. Tenho algum conhecimento dos sistemas em Linux (mas ainda não são muito profundos), e nenhuns do OS da MAC (espero que deixem comments nesse sentido), portanto é dificil dar muita informação nesse sentido. Aqui vai:

  • Utilize Partições - Da próxima vez que formatar a o disco para instalar o SO de novo (como por exemplo depois de um ataque de um virus, ou uma falha geral do SO), crie partições. Partições não são mais que divisões lógicas da informação no disco. A maioria dos computadores vem novos com um disco de grande capacidade, mas apenas com uma partição (conhecido tipicamente como "disco C"). Nesta situação, quando guardas informação, geralmente guardas algures na pasta "Meus documentos" do Windows ou no "/home" do Linux. E desta forma os teus dados (docs, videos, musica, fotos, etc) ficam misturadas no mesmo disco que os ficheiros de sistema. Se houver uma falha no sistema, dificilmente terás acesso aos teus ficheiros. Quando acontece, normalmente o disco é formatado de novo e perdes tudo - sistema E dados.

    Com partições, crias divisões lógicas no mesmo disco. É como ter vários discos num só. Há software que permite fazê-lo sem perda dos dados já existentes (como o Partition Magic ou o LVM no caso do Linux), mas nunca usei. Geralmente faço na altura da formatação do disco. A ideia é deixar espaço suficiente para o sistema e os programas q iremos instalar (20-30GB é mais que suficiente para a grande generalidade das pessoas), e com os espaço que sobra manter uma ou duas partições. No caso do Windows, o que fica das partições são novos discos no SO - tipicamente indexados nas letras seguintes e de forma sequencial - D:, E:, ... No caso do Linux pode ser montado como qualquer pasta que se deseja, como por exemplo montar a partição na pasta "/home". A partir do momento de instalação, os dados devem ser armazenados nessas partições novas.

    Qual a vantagem? Assim, o sistema e os dados ficam separados de uma forma lógica. E se tiveres necessidade de repor o sistema, apenas necessitas de formatar a partição com o sistema (C:) que os restantes mantém-se intactos. Preferes usar "Os Meus Documentos" como destino dos ficheiros? Uma solução para integrar com as partições é criar atalhos das pastas onde armazenas os dados nas partições dentro de "Os Meus Documentos". Assim, quando guardas um ficheiro dentro duma pasta de "Os Meus Documentos", na realidade estás a guarda-la dentro da pasta presente na partição dos dados.

  • Utilize o caixote do lixo!
    Não é só na rua. É também no PC. A combo Shift+Del é perigosa e pode-se apagar o ficheiro errado... para sempre! Se for para o caixote do lixo, é sempre possível ir lá buscar.

  • Use protecção
    Antivirus, anti-spyware e firewalls são essenciais para proteger o PC de elementos maléficos que entram pela rede. Convém estar sempre configurados e actualizados. Mas acima de tudo, é preciso usar a cabeça. Cuidado com os links do MSN (especialmente se aparecerem do nada e com endereços russos ou estranhos), dos spywares e outro tipo de wares que vem nas instalações de algumas aplicações, e dos links em mails. São os típicos pontos de entrada dos vírus no computador.

  • Guarda os dados periodicamente
    Convém fazer backups periodicamente. Como costumam dizer e com toda a razão, cria uma agenda e mantenha-o de forma rigorosa! Mais sobre isto nos próximos posts.


    A minha maneira
    Backups sempre estiveram presentes no meu workflow. A razão principal era a constante falta de espaço nos discos. Como em qualquer tipo de esquema de armazenamento, por mais espaço que tenhamos, precisamos sempre de mais!

    Geralmente faço backups para DVD. É uma solução barata tendo em conta o espaço de armazenamento. E não requer grande investimento pontual. Posso ir adquirindo packs à medida das necessidades. Especialmente para fotografias, faço sempre duas cópias. Depois guardo cada um em sítios diferentes (um está numa capa, e que tem mais acessos; a outra cópia fica numa cake-box). Em muitos casos, como são as únicas duas cópias que tenho (tinha que eliminar as imagens para libertar espaço em disco) se uma falhar, a outra está preservada e poderei fazer novas copias.

    Há pouco tempo atrás, adquiri um disco externo de 250Gb o que é óptimo e estava destinado a manter a colecção fotográfica (apenas) mas infelizmente a falta de espaço noutros discos obrigou-me a começar a misturar outros tipos de dados. No entanto, continuo a realizar periodicamente a dupla cópia de backups das imagens, sempre que tenha o espaço de um DVD por preencher. Há quem faça backups imediatos de imagens (mal saem para o PC são armazenados em DVD), mas geralmente não tenho necessidade de levar o processo a esse ponto. Se o trabalho ou conjunto de imagens for muito importante, de certeza que o farei.

    Actualmente estou no processo de organizar dois sistemas de backups. Um é pessoal. Agora que tenho um portátil a meu dispor para além do PC que geralmente utilizo os riscos são maiores. Mais informação para gerir, e a possível sobreposição de documentos antigos sobre mais recentes. Estou a tentar planear de forma conveniente a rede de dados e a salvaguarda das mesmas. A outra situação é para uma rede de PCs institucionais, e será uma das soluções que irei apresentar pois é económica e funcional e útil se tiveres vários PCs em casa (maquina Linux com o BackupPC).

    Conclusão #1
    Este é o arranque do tema. Recomendo as boas práticas. Se conheceres mais, deixa um comment para oa adicionares. Se utilizas MAC e tiveres sugestões nesse sentido, também agradecia. Também gostaria de saber como é que organizas os teus backups caso tenhas algo esquema para tal montado. Deixa um comment com essa info também, sff!

    No próximo post, vou falar dos métodos de armazenamento, nomeadamente a nível de equipamentos e montagems.

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  • 1º Concurso Internacional de Fotografia - Aveiro/Rota da Luz

    A Rota da Luz lançou o seu 1º concurso de fotografia ("digital") intitulada "Aveiro - uma região de turismo". O concurso visa "sensibilizar o público para as potencialidades turísticas da da região... ", se bem q depois de ler o regulamento (especialmente os pontos 7 e 8), fica sempre a sensação que o concurso serve principalmente para a instituição compôr a sua biblioteca de imagens sem grande investimento. Mas pronto, pelo menos os 3000€ de prémios monetários (para os primeiros 3) são bastante aliciantes!

    Fontes: concursosdefotografia.blogspot.com e Rota da Luz

    2007-06-01

    Mamiya ZD abaixo dos $10k


    Pois é a Mamiya anunciou a descida de preço do seu modelo ZD 645AFD II. O sistema digital de 22MP fica agora por $9999, bem mais barata que as restantes concorrentes. Tendo em conta que apenas os backs de algumas maquinas de médio formato, como as da Leaf, podem ficar bem mais caras que esta maquina completa, é sem duvida uma boa situação para o sector. Para quem andava a "poupar" para uma destas pode ter finalmente chegado a oportunidade de adquirir a maquina bem abaixo do seu preço antigo, que se não me engano, rondava os $20k.

    A noticia completa em Gizmodo ou no site da Mamiya (mas o ficheiro do press release estava inacessível).